Tecnologias Relacionadas ao Cinema (Parte 1)

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A evolução do cinema nos seus primórdios está muito mais ligada (surpreenda-se) pelas animações do que específica e unicamente pela fotografia. Enquanto várias pesquisas e descobertas foram sendo desenvolvidas por fotógrafos a cerca das máquinas e das revelações, outros inventores acabavam conseguindo fazer as imagens movimentar-se mecanicamente através dos jogos óticos, até o dia em que a linha do tempo das imagens animadas se fundiram com a da fotografia, quando enfim aconteceu a primeira exibição cinematográfica.

BREVE RESUMOS DAS TECNOLOGIAS RELACIONADAS COM O CINEMA

INVENÇÕES PRINCIPAIS DA ANIMAÇÃO

Taumatrópio - John Ayrton Paris - (1825-825)

É um papel recortado em forma de disco com um desenho em cada lado dele. Na lateral esquerda e direita tem um furinho e dentro desses furos um barbante amarrado. Quando seguramos um barbante com cada mão e torcemos, o disco gira e uma imagem acaba completando a outra: o exemplo mais clássico é o desenho do pássaro e da gaiola.

Fenacistoscópio - Joseph-Antoine Ferdinand Plateau - (1828-1832)

Em um disco vários desenhos do mesmo objeto-imagem em posições ligeiramente diferentes são desenhados ao longo de sua circunferência. Quando você deixa à luz apenas uma das imagens, girando esse disco, as imagens parecem se mexer de forma animada.

Estroboscópio - Simon von Stampfer - (1828-1832)

Uma lâmpada que pisca constantemente, registrando cerca de 25 piscadas por segundo, o que permite que determinemos a velocidade de movimento do objeto observado. Se a frequência de feixes de luz coincidir com a velocidade de um objeto que esse esteja sendo rotacionado, essa rotação vai aparentar ser nula.

Zootropo - William George Horner - (1834)

É um recipiente em forma de tambor, com as laterais recortadas com pequenos filetes, contendo figuras desenhada na parte interior dessas laterais. Quando esse disco gira temos a impressão de movimento dessas figuras.

EVOLUÇÃO DA FOTOGRAFIA ATÉ O CINEMA

Câmara Escura

Imagine um ambiente totalmente escuro, com a luz entrando apenas em um pequeno orifício. Esse luz projeta uma imagem na superfície da parede oposta à sua entrada.

Embora esse princípio já fosse conhecido em torno de 400 a.C., de quando data a primeira escrita conhecida sobre o assunto por Mozi, um filósofo chinês, Aristóteles e Euclides também fizeram observações sobre o fenômeno por volta de 300 a. C..

Em 1021, um físico árabe conhecido como Alhazen escreveu um livro de ótica que foi traduzido para o latim, influenciando importantes nomes da Europa, como pintores renascentistas como Leonardo Da Vinci e Johannes Vermeer, que utilizaram essa técnica em suas pinturas, e filósofos como René Descartes e Johannes Kepler.

Ela passou futuramente também a ser utilizada em várias invenções de ótica, e principalmente nas primeiras máquinas fotográficas, como as de lambe-lambe.

Máquina Fotográfica

Por volta de 1500 já se sabia que algumas substâncias derivadas da prata escurecem quando expostas à luz, mas até então não havia uma técnica desenvolvida para tal.

Entre 1700 e 1800, várias pessoas foram fazendo experiências acerca do assunto. Dentre elas podemos nomear Angelo Sala, Johann Henrich Schulze e Carl Wilhelm Scheele.

Em 1700, o professor da Universidade de Aldorf, na Alemanha, Johann Henrich Schulze, conseguiu uma imagem com duração maior. A princípio não sabia o por quê, mas não parou de pesquisar até descobrir que a responsável era a luz, o que foi sendo experimentado e comprovado por uma série de pessoas mais ou menos na mesma época, e no início do século XIX Thomas Wedgwood.

Em 1826, Joseph-Nicéphore Niépce obteve sucesso em tirar a primeira fotografia que existiu, da janela de sua casa. Em 1829, Louis-Jacques Mandé Daguerre se juntou às suas pesquisas e, em 1839, lançou-se o primeiro processo de revelação das fotos: Daguerreótipo, uma máquina fotográfica que tirava fotos em vidro e ainda não permitia cópias, pois gerava fotografias sem a utilização de negativos.

As pesquisas foram se aprimorando e, em 1841, William Henry Fox Talbot lançou o Calótipo, o processo de revelação que conhecemos hoje.

Em 1876, Eadweard Muybridge fez uma experiência, colocando 12 e então 24 câmeras ao longo de um hipódromo e depois utilizou um aparelho chamado Zoopraxiscópio para compôr o movimento.

Em 1882, Étienne-Jules Marey inventou o Fuzil Cronofotográfico, capaz de produzir 12 frames por segundo.

Thomas Edison soube da invenção de Marey e encomendou que William Kennedy Laurie Dickson, chefe engenheiro de seus laboratórios, fizesse uma tira de celulóide. Ele também teve a participação na invenção do Cinetoscópio e depois o Cinetógrafo, aparelhos que não revelavam o filme. As pessoas assistiam aos filmes individualmente, numa cabine, como numa máquina caça-níquel.

Inspirados nesses aparelhos, os Irmãos Lumière (Auguste e Louis) inventaram então o Cinematógrafo, que tinha 3 funções: filmar, revelar e projetar. Seu pai, então produziu um evento para a primeira exibição pública, no Salão Gran Café em Paris, no dia 28 de dezembro de 1895. Edison nunca aprovou a medida, já que seu lucro vinha das exibições individuais. Ainda assim, essa foi considerada a primeira exibição de cinema da história.

Lanterna Mágica (1645)

Tataravó dos projetores modernos, continha uma câmara escura, uma lâmpada de azeite incorporada e um jogo de lentes. As imagens em vidro eram projetadas num lençol e, mudando a posição do vidro, era possível obter a impressão de movimento.

No século XIX, a Lanterna Mágica era muito utilizada em lugares com exibições públicas como teatros, antecedendo o cinema. Também foi utilizada em meios acadêmicos como na Universidade de Sorbonne, por exemplo.

Essa foi a primeira parte do artigo sobre as tecnologias relacionadas ao cinema. Confira aqui a segunda parte onde falamos sobre como o cinema saiu das salas de exibição e entrou na nossa casa.

Escrito por Ivi Louise Horst

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